
No meio da tarde, ao deparar
com o endereço, em meio a calçada, diante do edifício, de onde saia algumas
pessoas apressadas, como quisesse fugir de alguma coisa ou de alguém, ou
estivessem, assim como eu, naquele momento, indo atrás do sonho ou desejo, que
inevitavelmente, em algumas noites assombrava minha cama, em meio a solidão, de
uma saudade inexplicavel. Uma saudade que era transformada em vontade, quando
minha mente, em delírio, parecia recriar um ambiente, um aroma, uma silhueta
surgida das sombras, envolta em seus próprios tormentos. No meio da tarde,
podia ouvir o ruído do salto alto, contra o assoalho de madeira, e como atraída
por um perfume, entorpecida, e porque não dizer, atormentada, sentia as mãos
tremulas, não como aquelas mãos que agora, comprimia meus seios, segurando com
firmeza, conduzindo cada movimento de seu corpo contra meu corpo, roçando sua
pele na minha, como quisesse tatuar minha presença em sua pele. No meio da
tarde, ao abrir a porta, antes que pudesse hesitar, recobrar a razão, as mãos
enlaçando meus quadris, o beijo úmido e ávido, com gosto e aroma de vinho,
entorpecendo meus sentidos, envolvendo minha mente, naquela magia sedutora,
assim como em algumas noites, ao cerrar os olhos, absorvida em um delírio,
sentia a língua percorrer minha pele, e ir incrustar entre minhas pernas,
deslizando entre cada reentrância, fazendo todo meu corpo estremecer, gemia e
murmurava desconexas e incompreensíveis, como um dialeto, que apenas podia ser
compreendido por aquele cúmplice misterioso e sinistro.

No meio da tarde, com as mãos
segurando firmemente minha bunda, sentada sobre a mesa do quarto, sendo despida
com uma urgência avassaladora, entregue aos caprichos e vontades dele, e
cúmplice nesses desejos, desejos inconfessáveis, minha nudez sendo revelada,
meus mistérios sendo descobertos, meus encantos refletidos no olhar dele, tudo
compondo um cenário de luxuria, onde a lascívia dos lábios dele, em minha pele,
faz com que não resista, e não sinta remorso, não ouso sentir culpa, não tenho
nenhum medo, porque ainda que sejamos clandestinos nesse jogo de sedução e
prazer, o que une nossas vidas, é o equilíbrio natural, onde luz e sombras são
unidas em simetria, onde existe dois lados de uma mesma moeda, e uma historia
para ser verdadeira, sempre vai precisar ter dois protagonistas, dispostos a
tornar realidade aquilo que foi sonhado.
♠
Joker
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