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5 de julho de 2015

Joker: Clandestino prazer


No meio da tarde, deitada naquele quarto, com os lábios dele deslizando sobre minha pele, as mãos segurando meus pulsos, e meus murmúrios ecoando pelo quarto, não era mais um sonho, e foi assim, que descobri que poderia fazer o que acredito, sem sentir medo, culpa ou remorso. Ao entrar pela porta do quarto, alguns minutos antes, dispensando almoçar com uma amiga, caminhei apressada em meio a multidão, com o coração acelerado, e as mãos úmidas, nervosamente, mordi os lábios antes de sair do banheiro, seminua, cobrindo o corpo apenas com o roupão de seda, e uma calcinha branca, fui ao encontro dela na cama, e meu nervosismo foi dissipado, quando as mãos percorrendo minhas coxas, e bunda, quando aqueles lábios foram de encontro aos meus seios, como saudosamente houvesse um longo tempo, separados pela distancia. Senti um calafrio, acompanhado de um calor incomum e natural, avolumar em toda pele, fazendo meu sangue fervilhar, e conscientemente, ser vencido, não opor nenhuma resistência, e ficar sensível a cada carinho, em cada caricia e toque. No meio da tarde, deitada de bruços, sobre aquela cama, com a luminosidade refletida no espelho, podia sentir as mãos contornando minha bunda e pernas, acariciando minha pele, indo de encontro ao sexo úmido e latejante, sentir os dedos ágeis, e hábeis, deslizar, arrancando murmúrios de meus lábios, que era uma melodia para o ouvido dele, que sorria, com o olhar, um olhar misterioso e expressivo, que parecia clamar proferindo um cântico profano, induzindo minha mente ao delírio mais ousado e ardente.
 No meio da tarde, ao deparar com o endereço, em meio a calçada, diante do edifício, de onde saia algumas pessoas apressadas, como quisesse fugir de alguma coisa ou de alguém, ou estivessem, assim como eu, naquele momento, indo atrás do sonho ou desejo, que inevitavelmente, em algumas noites assombrava minha cama, em meio a solidão, de uma saudade inexplicavel. Uma saudade que era transformada em vontade, quando minha mente, em delírio, parecia recriar um ambiente, um aroma, uma silhueta surgida das sombras, envolta em seus próprios tormentos. No meio da tarde, podia ouvir o ruído do salto alto, contra o assoalho de madeira, e como atraída por um perfume, entorpecida, e porque não dizer, atormentada, sentia as mãos tremulas, não como aquelas mãos que agora, comprimia meus seios, segurando com firmeza, conduzindo cada movimento de seu corpo contra meu corpo, roçando sua pele na minha, como quisesse tatuar minha presença em sua pele. No meio da tarde, ao abrir a porta, antes que pudesse hesitar, recobrar a razão, as mãos enlaçando meus quadris, o beijo úmido e ávido, com gosto e aroma de vinho, entorpecendo meus sentidos, envolvendo minha mente, naquela magia sedutora, assim como em algumas noites, ao cerrar os olhos, absorvida em um delírio, sentia a língua percorrer minha pele, e ir incrustar entre minhas pernas, deslizando entre cada reentrância, fazendo todo meu corpo estremecer, gemia e murmurava desconexas e incompreensíveis, como um dialeto, que apenas podia ser compreendido por aquele cúmplice misterioso e sinistro. 
No meio da tarde, de quatro sobre a cama, segura pelos cabelos, diante daquele movimento incessante, de estocadas vigorosas, murmurando seus desejos em meu ouvido, confessando suas vontades sobre minha pele, provocando meus sentidos com ousadia e malícia, instigando meu lado mais provocante, arrancando de meus lábios, ininterruptos gemidos de satisfação e prazer. No meio da tarde, quando avança sobre mim, e suas mãos, esculpindo desejos e vontades em meu corpo em meio a penumbra, tatuando em minha pele, a força arrebatadora de desejos que sinto, quando sinto o olhar dele, na escuridão silenciosa de meu quarto, quando sinto a respiração dele fazendo minha pele arrepiar, ansiando pelo mais íntimo e profundo contato, em uma conexão inexplicável e indescritível. 
No meio da tarde, com as mãos segurando firmemente minha bunda, sentada sobre a mesa do quarto, sendo despida com uma urgência avassaladora, entregue aos caprichos e vontades dele, e cúmplice nesses desejos, desejos inconfessáveis, minha nudez sendo revelada, meus mistérios sendo descobertos, meus encantos refletidos no olhar dele, tudo compondo um cenário de luxuria, onde a lascívia dos lábios dele, em minha pele, faz com que não resista, e não sinta remorso, não ouso sentir culpa, não tenho nenhum medo, porque ainda que sejamos clandestinos nesse jogo de sedução e prazer, o que une nossas vidas, é o equilíbrio natural, onde luz e sombras são unidas em simetria, onde existe dois lados de uma mesma moeda, e uma historia para ser verdadeira, sempre vai precisar ter dois protagonistas, dispostos a tornar realidade aquilo que foi sonhado.


♠ Joker
 


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