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21 de outubro de 2015

♠ Joker : Surpresa mineira

Acordo, e caminho silenciosamente pelo ambiente. Saio do quarto, e vou em direção a ante sala do quarto do hotel, deparo com a geladeira, há o jantar que dispensamos momentos antes, quando minha fome era dela. Apanho uma garrafa de água, sinto sede, assim como senti ao ouvir a voz dela em meu ouvido, e ansiosamente, empurrou meu corpo sobre a cama, enlaçando meu pescoço com aquelas coxas grossas. Delira quando minha boca encontra o sexo úmido, geme alto, contorcendo sobre a cama, onde agora repousa nua, adormecida.
Lembro do ultimo suspiro dela, acompanhado do gemido mais sobrenatural que ouvi nos lábios de uma mulher. Aquele gemido poderia assustar, mas apenas excitou mais, fez com que desfizesse o laço formado por suas pernas, e ocupasse o espaço entre aqueles braços, e que abraço mais poderoso, um abraço que fez com que sentisse que poderia fazer o que quisesse naquele momento. E queria, e poderia, mas apenas fiquei a observar o sorriso estampado nos lábios dela e sentir o arfar ofegante de sua respiração. Foi ajeitando sob meu corpo, remexendo sinuosamente, enlaçando meu corpo com mãos, braços e pernas, e de repente me serve o banquete principal, dispensamos o jantar, e vamos ao prato principal, que vou comendo pelas beiradas, apreciando os detalhes, aromas e gostos distintos, sinto o aroma do hálito e da pele dela, sinto o gosto do beijo, da saliva, da língua, da pele, que mistura ao gosto do prazer dela ainda sentido em minha boca. 
Ouço um murmúrio, e fico quieto, mas ainda não quero voltar para cama, satisfaço minha fome beliscando a carne no prato guardado na geladeira, uma carne fria, que faz com que lembre do calor da carne dela, aquela carne tenra e suculenta que apreciei mordendo e mastigando lentamente, ouvindo os gemidos dela, ouvindo os murmúrios ecoar por todo ambiente, e a suplica ofegante para que não parasse sequer por um segundo. Passo pela cama, e observo a silhueta sob o lençol, às longas pernas formando um desejo sinuoso, que remete ao alto relevo das grandes obras de arte históricas.

Entro no banheiro, abro o chuveiro e começo meu banho, sinto a água morna aliviar o calor, não aquele sob a pele, porque ao lembrar da bunda dela arrebitada de bruços sobre a cama, fico excitado, chego a sentir aquela bunda roçando em meu púbis, e segurando minha mão conduz para os seios que aperto, acaricio e afago, ouvindo os murmúrios dela, a provocação que parece querer testar minha resistência, e não resisto.
Não dá para resistir a malicia com que faz com que queira comer todo aquele corpo, degustar como em um banquete, apropriadamente preparado para um convidado especial. Havia programado todo fim de semana, uma volta pela cidade, um almoço, um jantar, um café da manhã com pão de queijo e cappuccino, um bom vinho acompanhado de uma trilha sonora, mas porque não ficar na cama, entre os lençóis, e sobre o corpo dela, sob as entranhas ardentes dela, que faz todo meu corpo estremecer em espasmos sucessivos.
Após o banho, olho pela fresta da porta entreaberta, e a cama está vazia, e vejo apenas uma silhueta nua, debruçada na janela, quem poderia imaginar que debaixo daquele lençol há uma bunda roliça e polpuda, que apreciei espalmar seguidas vezes, ouvindo os gemidos agudos ecoando pelo ambiente. Fico parcialmente excitado ao olhar para aquelas pernas robustas, aquelas coxas roliças e os contornos dos quadris, e posso mesmo imaginar que nenhum homem resistiria ao prazer mais fantástico de apreciar aquelas formas sinuosas. Faço a barba diante do espelho, enrolado na toalha, e ao sair do banheiro, a nudez foi coberta pela minha camisa, posso ver o formato dos seios, e fico excitado, e observo ajeitar os cabelos com um gesto que parece hipnotizar, ela sabe que exerce sobre mim esse encanto, mesmo um fascínio, algo sobrenatural e sobre humano, porque consigo ver aqueles olhos em meio à multidão, aquele olhar brilhante e iluminado.
 E quando sorri, não resisto. E quando gargalha, não consigo deixar de rir junto. Ajeito a toalha, e caminha em minha direção, e sem que possa reagir, sou conduzido para a ante sala, a mesa do café é onde sou servido com prazer. Chego a ouvir o ruído dos passos no corredor, antes de ouvir gemido alto dela, e vigorosamente aproximo, e tudo recomeça, não tira minha camisa, que encobre aquele conteúdo todo, talvez para que nenhum olhar indiscreto não veja seu cavalgar indecente, ou acompanhe o ritmo com que remexe e rebola, arranhando meu rosto com as unhas cobertas de vermelho. Deliro, quando sussurra em meu ouvido, quando remexe sinuosamente e cavalga fervorosamente, como quisesse chegar a seu destino antes que aquela manhã tivesse fim.
Fico convencido que não iria resistir mesmo que quisesse, quando encobre meus quadris sobre seu quadris, e enlaça entre as coxas grossas, e rebola e remexe insinuante e provocantemente, em um cavalgar que mereceria elogios pelo capricho e desenvoltura. Convulsiona, geme alto, e seguro firme, em suas coxas, sentindo todo seu corpo arrepiar e estremecer. Se não fosse pela performance, aqueles traços de menina poderia iludir o mais atento dos olhares. E quem poderia mesmo imaginar, que aquele corpo esguio pudesse conter tanta luxuria e volúpia.
Na cadeira, me rendo ao que ela possui de mais intenso e voluptuoso, e não resisto, apenas sinto todo prazer dela transcorrer da pele dela para mim. Volto para o banho, agora acompanhado dela, que sorri diante do espelho, e ao observar mais atentamente, fico surpreso, ao perceber que sou um felizardo, que aos meus dedos tocarem seu corpo, com algumas carícias e carinhos mais ousados, e como em uma cena cinematográfica vou redescobrindo o corpo dela, através do toque, do cheiro e do gosto. E fico rendido aos apelos mundanos, cobiça, luxuria, gula e volúpia, ouvindo os gemidos dela que parecem música, uma melodia profana que ecoa em meu ouvido, e mesmo sendo uma boa pessoa, rendo ao pecado de possuir aquele corpo, agora sob o ruído da água morna, e mesmo na rua sob a chuva, seria impossível resistir, ela me chama, olha pelo espelho e provoca, debruça na bancada de mármore, e posso sentir seu corpo contrair em cada estocada, em cada movimento que faço, querendo que a pele dela funda na minha até que sejamos consumidos pelo mesmo prazer. Excito ao ouvir de seus lábios, murmúrios que nunca ouviria de nenhuma “puta”, porque para ouvir uma sinfonia como aquela é preciso que a mulher esteja inteira com você. É quando a mulher se liberta de vez de qualquer pudor, e se rende ao desejo mais vil e obsceno. Ela me chama, pelo nome, e de outros pronomes sugestivos, e transtornado, me apaixono pelo que sinto e vejo, quando agarro em seus cabelos, e murmuro em seu ouvido, quando acaricio e aperto os seios, e com vontade fodo seu corpo, sentindo que nunca seria do mesmo jeito com ninguém.
Voltamos para cama, e descubro que mais do que falar, sabe o que faz com a boca, o que faz comigo, me deixa louco. Como poderia mesmo resistir aquele sorriso malicioso, e aquela língua ardorosa, aqueles lábios voluptuosos que grudam em minha pele como um animal sedento, querendo satisfazer sua sede, sinto a boca dela salivar, assim como o sexo umedecer na ponta de minha língua. E mesmo que me contenha, não consigo resistir, não consigo agüentar seu olhar malicioso que em pouco lembra, aquela menina que surgiu na porta do quarto, tímida e silenciosa. E o que viera mostrar é que a vida era para ser apreciada, para ser sentida e não fazer sentido, e havia um sentido único em sua companhia, o prazer, aquela sensação que transbordava no sorriso, no olhar, no jeito de caminhar nua diante de meus olhos, no carinho ou carícia mais provocante que fazia com a ponta dos dedos em meus lábios, como quisesse indicar, que assim como no ditado popular, iria ser fisgado pela boca. E que beijo, que boca, parecia haver sido brindado com algo divino, ainda que profanamente provocante.
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Em nada lembra, aquele jeito mineiro e desconfiado, quando olha para mim, de um jeito ousado e safado, de quem gosta de surpreender e mostrar que posso estar enganado, de que vou estar enganado com minha primeira impressão. Ela me olha pelo espelho, como quem faz um apelo em concessão de que posso fazer o que quiser, de que posso querer o que quiser, e ela obedecerá, irá satisfazer meus desejos e todos os desejos dela. Sim, ela me arranca o suspiro mais arfante e ofegante, o gemido mais profundo, como quem quisesse descobrir que sou mais feito de alma e coração do que de carne. Carne humana da qual me sirvo, e me lambuzo no suor, nas lágrimas e no gozo que escorre de nossos corpos unidos em sincronia, na simetria que parece manter a pele arrepiada e o desejo atiçado.
Ela me faz compreender que há muito para pouco para ser compreendido e muito para ser vivido, e me rende, me domina, esfrega sua pele em minha boca e meu corpo, se mostra desnuda, e se revela nua, e ainda que seja noite ou dia, mostra para mim, que naquele fim de semana, poderia ser qualquer uma, mas sussurra em meu ouvido, em uma languida e provocante confissão, não assuste, porque diferente do que possa imaginar ou sonhar como seria, sou inteira e sua. É impossível, resistir e sorrio, porque mesmo que seja apenas um sonho, que é realizado, ouço esse murmúrio e acredito de coração.





Joker  

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